Por isso, um dia desses eu disse vai para tudo de você que ainda havia em mim. E disse com tanta força, e repeti tantas vezes, que a única coisa que eu realmente poderia esperar é que você não fosse, que não desabitasse das minhas lembranças, que não tirasse toda essa mobília que eu aprendi a esbarrar toda noite. Disse vai pra ter a certeza de que você não iria. Disse vai em alto e bom som pra sentir na garganta arranhada - e não no peito que bate, não na memória que pulsa - que você vai ficar.
O lance é que eu queria estar aí ou que, de repente, você estivesse aqui pra me dizer pessoalmente que a festa foi demais mas a noite sempre acaba e que todo carnaval tem seu fim, que sonha em achar o cara especial que vai te pedir em casamento e talz. Pra eu confidenciar no pé do seu ouvido que eu não tenho pensado em outra coisa além de você entrando pela igreja vestida de noiva. Mas é foda. Não dá pra fazer isso pelo facebook. E parece que nesse conto de fadas o piadista sem graça terá mais sorte que o poeta apaixonado.
De qualquer forma, não fique aí pensando que eu sou um egoísta. Jamais. A sua felicidade será sempre a minha felicidade. Não tenho ciúmes, apenas torço para que o cara que tiver a honra de uma valsa nupcial com a mulher da minha vida sinta pelo menos a metade do amor e respeito que tenho. Já que ele terá pra sempre a alegria de acordar todo dia ao seu lado, que tenha o compromisso de se levantar primeiro e te trazer o café na cama.
Enquanto isso eu vou gostando de você a distância, com um poema em cada mão, a cada dia mais admirado. A cada dia mais pirado. Me desmoronando à simples possibilidade de um oi. Perdido dentro desse caos construtivo que é amar você sem perturbar seu sono.
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