domingo, 15 de abril de 2012

Inanimado.



- Me passa o sorriso.

- Quê?

- O sorriso. Tá nessa chícara aí do lado.

- Onde?

- Aí, perto da sua insegurança.

- Ah, sim. Toma aqui.

- E aí, como vão seus dedos?

- Na mesma. Passeando pelos meus cabelos esperando você me ligar.

- Jura que aquela tremedeira passou?

- Olha, parar, parar, não parou não. Mas tá bem mais tranquilo. Já a minha rua chora todo dia por não te ver passar.

- Deixa de bobagem. Eu fui tanto aí e ela nem deu a mínima!

- Mas é claro, Kiko. Garotas são assim. Não deixam transparecer nada que realmente as façam felizes.

- Beleza. Qualquer dia eu apareço.

- E suas certezas, como vão?

- Você sabe, certezas são certezas, sempre vacilantes. Esses dias uma delas até pensou em te procurar mas o orgulho, bobo como sempre, chegou pra lá de Bagdá em casa e quebrou o pau com ela.

- Você, Kiko, não tem jeito mesmo.

- Pois, é. Eu amo você.

- Tudo bem.

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