sexta-feira, 20 de abril de 2012

Maybe midnight in Paris.



Faz um texto pra mim? disse ela com aquela identidade proibida de um filme francês. Não dá, querida - eu revelo com uma razão quase torta. Você escreve tão bem... e a certeza vai se tornando nula enquanto ela vai aparecendo lentamente entre os vagões do metrô de Paris. Então, não dá, eu mal te conheço, como eu vou fazer? num instante ela se deixa ver completamente do outro lado da linha, ascena e desaba: eu quero.

Pois bem, quando te vi pela última vez, passeando sua insegurança justificável, eu parei. Champs Elisée às três de uma tarde outonal. Linda. Mini saia e sorrisos bem alinhados. Não há outra maneira senão num texto, num mesmo texto que tanto neguei na estação Blanche, pra dizer num gesto simples, a complexidade do seu olhar.

Não preciso escrever demais, me alongar demais. Só me cabe aqui te pedir: atravessa esses trilhos e vem.

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