Você está tão só quanto eu, admita. Sei até que você está se sentindo irritada, sufocada com esse cara que reapareceu Deus sabe quanto tempo depois na sua vida e que vem escrevendo poemas de amor com seu nome na internet. Mas sei também que esse cara sou eu e que, mesmo você não gostando, não vai me dizer pra parar. Você é educada demais, talvez até boba demais, pra ter uma atitude assim e, acima de tudo, sei que essas bobaginhas todas que você lê podem ser a parte mais reconfortante do seu dia. Então, resta-me declarar que te dedico toda a minha poesia como se fossem afagos no seu cabelo.
Você vai chegar em casa, girar a chave do seu quarto e perceber que esqueceu a televisão ligada. E eu aposto que não vai se importar. Vai abrir uma cerveja, entrar na internet e mandar uma mensagem para aquela amiga que você já não vê faz tanto tempo. Aí você vai inventar prazeres, omitir dissabores e talvez até contar que eu, mais uma vez, andei insistindo em escrever pra você. Que cara chato - ela irá dizer. Você manda uma carinha de concordância mas suspira outra vez ao pensar que existe alguém bem longe lembrando de você, querendo compartilhar um vinho e alguns sorrisos.
Um dia vai ser diferente, isto é, se você quiser. Um dia eu paro de marcar você nas minhas publicações e você vai se perguntar o que aconteceu. Um dia eu falo tudo isso pessoalmente pra você perceber que em mim nada é decorado além dos seus olhos caramelos que são os mais lindos que já vi. Um dia, quem sabe, a gente junta essa solidão e sai pra dançar a música que você mais gosta. Um dia, talvez um dia, quando você entender que tudo isso é verdade e houver disponibilidade em algum avião, pode me chamar. Eu vou.
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