domingo, 24 de julho de 2011

Desencontrando como sempre



Hoje faz dois anos que nos perdemos. Não há mais gritos, não há mais os abraços e até o cartão que estourei com você já tem novos créditos. Hoje eu pensei em correr aí pra contar um negócio no teu ouvido. Deixa pra lá. Da última vez que te vi o dia não terminou bem.
Acabou há tanto tempo e há tanto tempo não ouço sua voz maciça, daquele seu jeito peculiarmente escroto, me dizendo o que fazer. Preciso mesmo contar um negócio no teu ouvido, mas não vou aí não. Deixa que qualquer dia a gente se encontra na rua e, se eu lembrar, eu te falo.
Sabe que nem sequer senti saudade? No mesmo dia que liguei avisando que depositei a grana que estava te devendo, eu encontrei no banco um velho amor. Acontece que aconteceu. Foi pertinente demais. Fico feliz por ter acontecido.
De certa forma eu ainda guardo boas lembranças de você, de quando viajamos, de quando ficavamos bêbados conversando na varanda até o frio ir embora e a gente deitar na grama, sob o céu diferente que é o céu de junho. Você era foda. É foda, sei lá. Faz tanto tempo que não te vejo que nem sei mais. Pena ter se perdido.
Ando lendo o que você escreve e não me adimiro, você sempre foi boa em contar histórias e era isso que me prendia aos seus deliciosos olhos castanhos. Ah vá, não venha me dizer que o que foi dito está enterrado no seu blog... é nessas horas que eu me lembro de como você era uma pessoa estranha. Não digo mais nada. Nem aí, nem quando te encontrar na rua. Muito menos no pé do teu ouvido.

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