"... como se fosse sempre antes/ como se de tanto esperar/ sem que
te visses nem chegasses/ estivesses eternamente/ respirando perto de mim."
Integrações, Pablo Neruda, O Coração Amarelo, pg 47.
Te refaço
e tudo parece imenso pra mim
desfaz a guarda e olha
hoje o céu é infinito e prateado.
Renovo
e escolho seu melhor sorriso
tudo combina
com esta loucura pura que fiz
(só pra nós dois)
Tenho de você o que preciso:
a lembrança que -loucamente- me basta.
Parece tão estranho e confesso que sim, é meio difícil mesmo de
acreditar. E escrevo e reescrevo um milhão de vezes a mesma frase na esperança
de parecer o menos infantil e para que você entenda: é só amor, não me leve a
mal. É só aquele velho sorisso que continua habitando as minhas manhãs. E tudo
isso que a gente vai guardando nestas andanças. Nada seu se perdeu em mim.
O que acontece na verdade eu nem sei. Não consigo admitir que seja
apenas mais uma canção de amor do Lulu e muito menos acho justo não te contar
todos esses sonhos que ando tendo com você. Nessa confusão que eu deixei entrar
pela porta da frente e que já fez morada dentro de mim é onde me encontro
-impreciso e bobo- já tão sem saída. Me entrego sem nem mesmo lutar.
Um fato curioso sobre esses anos todos: nada muda. Anotei que um dia
voltaria e diria tudo isso diante desta sua luminosidade que cega e cá estou,
ainda que com uma certa distância, a preservar meu voto silencioso de gostar
imensamente de você e não pedir nada em troca, de ser o observador apaixonado,
nada mais. Só não sei se estou fazendo da maneira certa, mas fica a certeza do
que digo e da coragem homérica que não faço a menor ideia de onde tirei. De
qualquer forma, é isso.
Um final de semana desses, quem sabe, eu apareço por aí e a gente
conversa melhor sobre essa história doida ou sobre a situação dos ursos polares
do Alaska. Você quem sabe. Eu já me decidi e perdi completamente a vergonha na
cara de falar pra quem quiser ouvir destas borboletas que você soltou no meu
estômago. Sem pressa, sem afetações, sem medo. Por você. Só por você.
FODA!!!
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