domingo, 3 de agosto de 2014

Um poema de amor para Renata.




"... como se fosse sempre antes/ como se de tanto esperar/ sem que te visses nem chegasses/ estivesses eternamente/ respirando perto de mim."
 Integrações, Pablo Neruda, O Coração Amarelo, pg 47.

Te refaço
e tudo parece imenso pra mim
desfaz a guarda e olha
hoje o céu é infinito e prateado.

Renovo
e escolho seu melhor sorriso
tudo combina
com esta loucura pura que fiz
(só pra nós dois)

Tenho de você o que preciso:
a lembrança que -loucamente- me basta.


Parece tão estranho e confesso que sim, é meio difícil mesmo de acreditar. E escrevo e reescrevo um milhão de vezes a mesma frase na esperança de parecer o menos infantil e para que você entenda: é só amor, não me leve a mal. É só aquele velho sorisso que continua habitando as minhas manhãs. E tudo isso que a gente vai guardando nestas andanças. Nada seu se perdeu em mim.

O que acontece na verdade eu nem sei. Não consigo admitir que seja apenas mais uma canção de amor do Lulu e muito menos acho justo não te contar todos esses sonhos que ando tendo com você. Nessa confusão que eu deixei entrar pela porta da frente e que já fez morada dentro de mim é onde me encontro -impreciso e bobo- já tão sem saída. Me entrego sem nem mesmo lutar.

Um fato curioso sobre esses anos todos: nada muda. Anotei que um dia voltaria e diria tudo isso diante desta sua luminosidade que cega e cá estou, ainda que com uma certa distância, a preservar meu voto silencioso de gostar imensamente de você e não pedir nada em troca, de ser o observador apaixonado, nada mais. Só não sei se estou fazendo da maneira certa, mas fica a certeza do que digo e da coragem homérica que não faço a menor ideia de onde tirei. De qualquer forma, é isso.


Um final de semana desses, quem sabe, eu apareço por aí e a gente conversa melhor sobre essa história doida ou sobre a situação dos ursos polares do Alaska. Você quem sabe. Eu já me decidi e perdi completamente a vergonha na cara de falar pra quem quiser ouvir destas borboletas que você soltou no meu estômago. Sem pressa, sem afetações, sem medo. Por você. Só por você.

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